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Pesquisa Histórica


Cobra Grande, texto de Jerson Fontana sobre lendas indígenas (2006)
Textos Míticos dos Mybiá-Guarani
Ñamandu, o verdadeiro Pai da humanidade
Este texto trata da parcialidade guarani denominada Mbyá. Mbyá, contudo, é como nós os chamamos, pois eles se denominam de “Jeguakáva Tenonde Porañgue i”, ou seja: “os primeiros homens escolhidos que usam o adorno de plumas (na cabeça)”. Os assuntos religiosos dos Mbyá podem dividir-se em: “comuns”, acessíveis a qualquer pessoa e “sagrados”, chamados “as primeiras palavras bonitas”, divulgados somente entre membros das tribos. Apesar de os Mbyá serem muito fechados nas suas tradições, o pesquisador Leon Cadogan, pela confiança adquirida perante os índios, conheceu muito do mundo mítico deles. É com base nas informações de Cadogan que foi elaborado o presente texto.



A Máscara de Taré, texto de Jerson Fontana sobre os guarani (1997)
O Mito Guarani da Terra Sem Mal I
Em nossa sociedade contemporânea, na região da antiga Província do Paraguai1, e de modo especial na área que hoje pertence Estado do Rio Grande do Sul, no território brasileiro, é bastante difundida a expressão “Terra Sem Mal”. Contudo, não são difundidas na mesma proporção as pesquisas sobre o significado deste lugar mitológico da cultura Guarani.

Hélène Clastres, autora da obra “Terra Sem Mal” (1975), discute o assunto fazendo uma retrospectiva da relação dos Tupi-Guarani com o mito da Terra Sem Mal, desde os anos 1.500, período em que se inicia a documentação escrita devido à chegada dos portugueses ao Brasil, até meados do séculos XX.





Xamã, personagem da peça A Máscara de Taré (1997)
O Mito Guarani da Terra Sem Mal II
Migrações tupi em busca da Terra Sem Mal e resistência
Várias migrações tupi-guarani ocorridas entre os séculos XVI ao XX foram motivadas pelo mito da Terra sem Mal. E esses deslocamentos de grandes contingentes humanos devem ter ocorrido também antes da chegada dos primeiros portugueses. Porém, não há informações sobre migrações em tal período.

“A Terra Sem Mal, [...] foi o núcleo a volta do qual gravitava o pensamento religioso dos tupis-guaranis; a vontade de chegar a ela governou suas práticas [... e foi] nascida do xamanismo, que viria a isolar uma categoria especial de xamãs: os caraís, os homens-deuses cuja razão de ser era essencialmente promover o advento da Terra sem Mal. Sua atividade, além de discorrer sobre as maravilhas da terra eterna: propunha-se a conduzir os índios para ela. Sabe-se que desde a conquista até o começo deste século [XX], numerosas migrações efetuadas pelas tribos de tupis e guaranis tinham com único objetivo a procura da Terra sem Mal”. (CLASTRES, 1975. p. 70)

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